Em alta no Brasil, programação e games ganham espaço nas escolas

 

Com mercado gamer crescendo 11% ao ano, programação ganha cada vez mais destaque na educação brasileira



A indústria de games está em alta no Brasil e no Mundo e promete crescer ainda mais nos próximos anos, conforme apontam dados da consultoria Newzoo, especializada em estudos do mercado gamer e do eSports. De acordo com o relatório, atualmente o mercado dos jogos eletrônicos vêm crescendo a 11% ao ano e a expectativa é que o setor ultrapasse os 200 bilhões de dólares em receitas em 2023.

O momento positivo se deve, entre outros fatores, a pandemia do novo coronavírus e ao isolamento social imposto por ela. Uma pesquisa feita pela Game Brasil realizada no ano passado revela que 75,8% dos jogadores de games passaram a jogar mais na pandemia e 42,2% disseram ter investido mais dinheiro em jogos durante esse período de crise sanitária.

O crescimento da indústria de games reflete também na tendência de formação profissional dos jovens brasileiros. De acordo com o relatório Futuro dos Empregos de 2020, do Fórum Econômico Mundial (FEM), a programação é uma das 10 habilidades emergentes no mercado de trabalho para os próximos cinco anos. Ela, inclusive, já é uma realidade em muitas escolas públicas e particulares do Brasil. As instituições de ensino têm adotado a programação em sua grade curricular por ser uma atividade que exige do estudante a elaboração de raciocínio lógico, a aprendizagem de forma colaborativa e a utilização de sua criatividade para solucionar problemas.

Em São Paulo, o governo do estado lançou no ano passado o GameSP, programa inédito para fortalecer o ecossistema de jogos digitais e estimular jovens da rede pública estadual a criarem interesse pelo e-sports. “A educação tem que ser atual, trazer os conceitos para a realidade do jovem, para o que ele gosta e tem prazer de fazer. Com o GameSP podemos fazer isso e ainda apostar que no futuro os nossos estudantes conseguirão gerar renda sendo jogadores ou jogadoras profissionais de jogos eletrônicos, ou desenvolvedores de jogos e também empreender na área”, avaliou o secretário Estadual da Educação, Rossieli Soares, na ocasião.

Muitos pais, percebendo esse novo momento da educação e também o grande interesse dos filhos por jogos e tecnologia, estão e busca de formação profissional nessas áreas para suas crianças e adolescentes. "Vemos famílias que aproveitaram esse interesse da criança por jogos e já começaram a investir em cursos de criação de games 2D e 3D e programação para seus filhos. Nada melhor do que já começar a estimular esse dom que elas carregam com uma qualificação profissional que é considerada a profissão do futuro. Aprender jogando é muito mais fácil e divertido", explica Amaury Gouvea, diretor da escola de games Evolution, que este ano desenvolveu um aplicativo onde a criança consegue estudar no celular de qualquer lugar do Brasil.

Gouvea destaca que a instituição, localizada em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, apresentou um aumento de 300% nas matrículas para os cursos de desenvolvimento de games e programação para crianças. “O profissional de games, com certificado, pode atuar como freelancer, trabalhando tanto para produtores independentes quanto para as grandes empresas no mercado como Sony, Microsoft e Capcom”, relatou o diretor da escola de games que atua há 20 anos no setor e oferece uma metodologia gamificada que já formou mais de 6 milhões de alunos no Brasil e em mais de 17 países, entre eles Estados Unidos e Japão.

“Os estudantes, já nos primeiros meses, conseguem criar interfaces em 2D e 3D utilizadas em jogos como Resident Evil, Batman e Gears os War. Se destacando nas criações e ideias, eles já conseguem imensas possibilidades de ingressarem em campeonatos internacionais e também em um dos mercados que mais cresce no mundo, o do entretenimento”, finalizou.